13 de março de 2009

A volta da rainha

RIO - NOVA YORK - Quando alguém pergunta o que ela faz para driblar os paparazzi, Julia Roberts solta uma gargalhada:

- Não há mais muitos paparazzi atrás de mim. Só aqueles que são lentos e que ainda não perceberam que eu não sou mais aquela que eles deveriam seguir.

A verdade é que, desde que ela desacelerou sua carreira e passou a priorizar a vida de dona-de-casa e mãe de três crianças - os gêmeos Hazel e Phinnaeus, de 4 anos, e o caçula Henry, de 1 ano e meio -, num rancho em Taos, Novo México, Julia tem sido muito mais eficiente e feroz na defesa de sua privacidade. Aos 41 anos, sete deles casada com o cameraman Danny Moder, ela tem o mesmo sorriso luminoso que seduziu multidões em "Uma linda mulher" e continua a ganhar US$ 20 milhões por filme, mas acaba de recusar fazer uma continuação da parceria com Richard Gere com uma boa dose de autoironia:

- A personagem daquele filme, você sabe... Hollywood não precisa de prostitutas velhas - diverte-se a atriz, que foi apontada como a oitava personalidade mais poderosa do cinema americano pela Premiere's Hollywood Power List e é dona de uma fortuna estimada em US$ 212 milhões pela revista "Forbes".

" Eu nunca beijei tanto um ator num filme quanto neste 'Duplicidade' "
Julia volta agora às telas de cinema com "Duplicidade" (estreia no Brasil prevista para o dia 27 de março), ao lado de Clive Owen, dirigida por Tony Gilroy (o mesmo de "Conduta de risco"). O filme é um thriller de espionagem industrial, com uma trama internacional e locações em Dubai, Cleveland, Nova York, Roma, Zurique. Os dois são espiões que trabalham para empresas concorrentes, em disputa pela fórmula de um produto que vai revolucionar o mercado. E, é claro, os dois se apaixonam, enfrentando o desafio de confiar um no outro em meio à guerra suja das grandes corporações. O thriller tem algo de "Sr. e Sra. Smith", sem os efeitos especiais, mas com diálogos primorosos, escritos pelo próprio Gilroy.
- Eu fiz este filme porque queria trabalhar com os caras mais inteligentes de Hollywood. Adorei "Conduta de risco" e descobri que o diretor Tony Gilroy é também um roteirista maravilhoso. Além disso, amo Clive, nós somos grandes amigos, fazer um filme com ele é uma alegria. Nós temos uma química incrível na tela, desde "Closer - Perto demais". Eu nunca beijei tanto um ator num filme quanto neste "Duplicidade" - revela Julia.
E Clive beija bem?
- Maravilhosamente. Mas, você sabe, é estranho beijar tanto alguém por quem você não está apaixonada. Ainda bem que eu tenho um marido compreensivo, que me adora e a quem eu amo apaixonadamente. Minha prioridade é mesmo ficar em casa com ele e as crianças. Então, acabei fazendo papéis pequenos, em filmes como "Jogos do poder" ou "Doze homens e outro segredo", porque não queria ficar muito tempo fora de casa. Aceitei fazer "Duplicidade" porque os diálogos eram excelentes, e a trama, muito bem construída - diz.
"Duplicidade" faz parte da nova tendência do cinema de criticar a globalização e as grandes corporações. Outros exemplos disso são "conduta de risco" "Trama Internacional" ( também com Clive Owen, dirigido por Tom Tykwer, com estréia prevista no Brasil para o dia 17 de Abril), " The Schock Doctrine" ( dos Britânicos Michael Winterbottom e Matt Whitecross), e a comédia "The Yes man fix the wold" ( de Andy Tony e Mike Bonnano).
_ Eu achei chocante quando Tony me disse que as grandes corporações têm departamentos de "inteligência competitiva", e que elas ganham US$ 100 bilhões por ano com produtos derivados de espionagem. Este é o nome que eles usam para a equipe que é paga para roubar idéias dos concorrentes.
Mas o que me atraiu na personagem foi o fato de ela ter uma vida emocional. Este filme também é, para mim, uma divertida história de amor que fala sobre as dificuldades de confiar em quem você ama.
Eu detesto metiras e reajo muito mal a elas _ analisa a atriz.
Julia, então, ri mais uma vez quando o diretor Tony Gilroy a interrompe e diz que ele, ao contrário, aprecia uma " mentira bem contada, sobretudo de noite, depois de alguns copos de vinho". Gilroy garante que só fisgou Julia para o elenco porque deu plenas condições para que ela trouxesse a família para o set de filmagens, inclusive com tempo livre para amamentar o pequeno Henry ( "Eu achei fascinante ver Julia amamentar no set de filmagens. Muito instimulante", diz Gilroy).
Mesmo tão devotada á família, Julia está retomando sua carreira com mais afinco. Ela já tem dois novos projetos de cinema confirmados para 2010. Vai estrelar "The Friday Night Knitting Club"; baseado no romance best-seller de Kathleen Jacobs. E vai produzir uma comédia dirigida por Dennis Lee, intitulada " Jesus Henry Chist", sobre um menino em busca de seu pai. Lee é também o diretor de outro filme de Julia previsto para este ano, " Firefiles inthe garden", que será lançado em Junho.
Já sobre "Duplicidade", a atriz concorda que a parte de sua sedução está na crítica que o filme faz dos executivos das grandes empresas, cuja imagem está no chão com a crise financeira e os escândalos de Wall Street. Julia, porém, se diz otimista e atribui uma boa fatia de seu prazer em retomar o trabalho no cinema ao entusiasmo com seu país depois das eleições de Barack Obama:
_Eu acho que a Casa Branca ficou muito mais charmosa com a família Obama. Eu adoraria convidar os Obama para jantar lá em casa. Eu até iria para a cozinha fazer tajine de frango com figos e damascos _ diz Julia.
Até hoje sem substituta
Desde o sucesso planetário de "Uma linda Mulher" em 1990, a indústria do cinema procura uma nova Julia Roberts. A candidata deve ser bonita, talentosa, imbatível em comédias românticas e ter uma aparência maliável a ponto de convencer tanto como uma heroína de Jane Austen quanto como uma habituée das calçadas da Hollywood Boulervard.

Se você for ao Google e escrever " a nova Julia Roberts", vão aparecer 140 entradas e, mais ou menos, 140 atrizes indicadas ao posto. A primeira foi Julia Ormond. Julia quem? Pois é, mas, quando ela estrelou, em 1995, a refilmagem de "Sabrina", Hollywood a promoveu como " a nova Julia Roberts". Outra tentativa mal sucedida foi Cameron Diaz. Canastrice, no entanto, não combina com o posto. Mais uma: Jennifer Aniston. Essa porém, nunca se livrou da Rachel de "Friends". Reese Whiterspoon também teve seu momento. O Problema é que uma substituta de Julia precisa ter, pelo menos, um queixo.

Amy Adams é uma das postulantes atuais. Fez bonito em "Encantada", mas tem um jeitinho de estrelinha da Disney que não combina com a posição. Katherine Heigl, atriz de "Ligeiramente grávidos" e "Vestida para casar", também tenta chagar lá. Só que ela ainda é mais lembrada pela série "Grey's anatomy".

Ningém chegou tão perto quando a queridinha do momento Anne enveredou pelo drama em " O casamento de Rachel", quase ganhou um Oscar e caminha agora por uma estrada particular.

Na verdade, a estréia de "Duplicidade" prova que é bobagem procurar uma substituta enquanto " a velha Julia Roberts" estiver em ação.

Fonte: [Confira]

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