



Afastada dos papéis de protagonista há oito anos, quando rodou A mexicana, Julia Roberts volta à cena na comédia Duplicidade, com Clive Owen. Eles vivem espiões que resolvem dar um golpe em empresários do ramo farmacêutico. Durante o hiato dos grandes papéis, Julia se dedicou ao marido (o diretor de fotografia Danny Moder) e aos filhos (os gêmeos Phinnaeus Walter e Hazel Patricia, 4, e Henry Daniel, de dez meses). Vestindo calça preta e cardigã Armani jogado em cima de uma regata Rick Owens, a atriz falou a Marie Claire.
MC Qual o segredo da boa forma meses depois de ser mãe?
JR É ilusão de ótica. Vou pôr mais luz neste quarto de hotel [levanta, acende outro abajur]. Tenho bons genes e tento fazer yoga, mas correr atrás de três crianças ajuda. Sempre faço esses planos de que vou levantar de manhã e farei jogging. Como acordar cedo com choros noturnos de crianças?
MC No ano passado você chegou aos 40. Como se sentiu?
JR Mais sábia e mais madura.
MC Você não é alvo de paparazzi como Angelina Jolie?
JR Sou sortuda. Não tenho paciência nem tolerância para esse aspecto da fama. Não gosto de ser seguida. É ultrajante o jogo de perseguição a que eles submetem as celebridades que têm filhos pequenos. É horrível ver pessoas se comportando tão agressivamente na frente de crianças.
MC E o futuro da carreira?
JR Acho que minha carreira me leva. Jamais consegui traçar planos. Nunca pensei que fosse durar todo esse tempo!
Fonte: Revista Marie Claire
Julia Roberts – Além do excelente roteiro, o diretor me fez sentir muito querida, importante. A produção do filme nunca deixou transparecer que eu estava, por vezes, desacelerando o ritmo deles ao ter de pedir um intervalo para amamentar meu filho caçula. Até os ensaios foram marcados num local a um quarteirão de meu apartamento, para que eu visitasse meus filhos periodicamente. Várias amigas minhas reclamam de como é difícil conciliar a maternidade com a vida profissional. É difícil para as mães de crianças pequenas se concentrar no trabalho. Foi um privílégio ser tratada assim.
Julia – Ufa! Estou com sorte, pois apareço de cabelos soltos em Duplicidade! Interessante essa afirmação da Newsweek. O mundo está enfrentando sérios problemas, estamos no meio de uma brutal recessão econômica e é sobre esse tipo de coisas que eles estão escrevendo? Meu próximo filme deverá ser o maior fracasso então. Vou interpetrar a escritora Elizabeth Gilbert, na adaptação de Comer, rezar, amar (fenômeno editorial em vários países) e aparecerei de cabelo curto!
Julia – Sou uma pessoa simples. Não saio por aí comprando sem necessidade, a não ser em ocasiões óbvias como aniversários e festas de fim de ano. Como alguém que faz compras de supermercado para uma casa de cinco pessoas, é claro que notei que o valor de nossa conta subiu. São tempos difíceis. Mas a história sempre nos mostrou que esses tempos são cíclicos. A gente passa por fases de apuros econômicos e aprendemos a nos ajustar a elas.
Julia – É a primeira vez em minha vida que experimento um período no qual todo mundo é fã de nosso presidente. As pessoas o colocam no pedestal. Estava na Índia no dia da posse, acompanhando meu marido, que filmava próximo ao Taj Mahal, e foi uma experiência bárbara. É um grande sentimento de otimismo dirigido para uma só pessoa. Acho que isso ajuda. Nem vemos mais piadas sobre o nosso presidente atualmente.
Julia – Fiz o filme com a forma física que apresentava naquele momento. O período de amamentação tem suas vantagens! Faço ioga e tento me cuidar, mas não é minha principal preocupação. Não acho que é por causa de minha aparência física que os diretores me contratam. Sou boa de garfo, fã de todos os grupos de alimentos.
Julia – Elas são sempre esquisitas e idiotas de fazer. Quando você tem de fazê-las com um ator que já conhece, como é o caso de Clive Owen em Duplicidade, tudo fica mais fácil, pois você pode dizer, sem cerimônias, algo do tipo: “Ei, chupa aí uma bala de menta, porque esse sanduíche que você comeu deixou um hálito forte”.
Julia – A quem você se refere?
Julia – Claro, vamos tornar essa discussão mais interessante.
Julia – Bem, eu acho que cada um faz o que achar melhor. Mas uma atriz extremamente inteligente como era Marlene Dietrich, uma vez disse: “Até os 40 anos, usamos o rosto pela vida; após os 40, usamos a vida no rosto”. Que bela frase. Já passei dos 40 e estou bem. Tenho ótimos genes (risos).
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